Espinho às Direitas

"O homem verdadeiramente livre apenas quer o que pode e faz o que lhe agrada" Jean-Jacques Rousseau

1/21/2009

cont. Se a Rainha da Costa Verde ainda existe, o fim está próximo!

(continuação)

Hoje passei junto ao casino de Espinho e reparei que por lá ainda não havia parcómetros, nem aquelas marcações que não têm uma dimensão uniforme entre lugares. Curioso é que verifiquei, no mapa existente no site da Câmara Municipal, a inexistência de parcómetros, na parte poente da cidade.

Qual terá sido o critério?

1/17/2009

Se a Rainha da Costa Verde ainda existe, o fim está próximo!

"Parcómetros vão ser mais caros que no Porto e Lisboa

Moradores vão ter cartão, que custa 15 euros por ano, e comerciantes estão apreensivos

Em quase todos os cruzamentos do centro da cidade de Espinho já começam a ver-se os anunciados parcómetros. Ainda não estão a funcionar, mas tudo indica que estarão em breve.

O problema é que, apesar de vários terem defendido o estacionamento pago no centro da cidade, já que conseguir um lugar vago é quase um milagre, poucos contariam ter de pagar por uma hora de estacionamento nada mais nada menos do que 80 cêntimos. Isto quando em Lisboa, por igual período de tempo paga-se em média 75 cêntimos e no Porto 60 cêntimos dá para ter o carro estacionado durante duas horas. Ao todo, serão 833 lugares que irão ser explorados pela concessionária, a empresa Irmãos Cavaco, existentes entre as ruas 62 e 27, e as ruas 8 e 20, e ainda em partes das ruas 22, 26 e 28.

Dos 833 lugares, 490 estarão preferencialmente destinados a residentes. Porém, as famílias que disponham de dois ou mais automóveis não terão direito a mais do que um cartão de residente, por 15 euros anuais, situação que está a deixar muitos moradores aflitos.

"Como temos dois carros, isso quer dizer que a minha filha vai ter de deixar de vir almoçar a casa como habitualmente, ou será obrigada a pagar todos os dias para estacionar", criticou Isabel Oliveira, moradora na Rua 22.

Os comerciantes ouvidos pelo JN mostraram-se igualmente apreensivos. "Isto vai ser a morte do comércio tradicional", lamentou Sandra Sá. "Desde que estreitaram as ruas, passou a ser difícil para os clientes arranjarem lugares para estacionar. Agora, a ter de pagar 80 cêntimos por uma hora, é que vai tudo fugir daqui para os centros comerciais", criticou. "Espinho vai ser um biju deserto", comentou Fátima Almeida, funcionária de uma loja. "Vivo em Esmoriz e venho de carro para o trabalho. A partir de agora, vou passar a deixar o carro longe e vir a pé, chova ou não", frisou.

Para o presidente da Junta de Espinho, Rui Torres, o estacionamento pago na zona comercial de Espinho até seria uma boa medida, dado que são várias as pessoas que, trabalhando fora de Espinho, não se coíbem em deixar os carros no centro da cidade durante quase todo o dia enquanto vão para Gaia e Porto de comboio. "Seria uma boa medida, sim, se o município ganhasse algo com isso, mas isto não passa de um negócio de privados. Foi a concessionária que decidiu a tarifa e à Câmara restou-lhe aceitar. Se tivessem decidido ser mais, seria", criticou o autarca. Já o vice-presidente da Câmara, Rolando de Sousa, fez questão de lembrar que antes eram muitas as queixas por não haver estacionamento na cidade e que tal medida, além de possibilitar a rotatividade de lugares, terá vantagens ambientais e para a saúde pública, ao reduzir a circulação automóvel.

Estacionar no centro da cidade de Espinho vai passar a ser pago e não sairá nada barato a moradores, trabalhadores e visitantes. É que os automobilistas irão ter de pagar 80 cêntimos por hora, um valor superior ao cobrado no Porto ou em Lisboa."
NATACHA PALMA, em Jornal de Noticias, 17 Janeiro 2009

Aprender com os outros
"Há alguns anos atrás Espinho comparava-se habitualmente com cidades costeiras com características de desenvolvimento semelhantes e com o facto em comum de terem um casino, como a Póvoa de Varzim e a Figueira da Foz. Hoje, seria bastante irrealista e atrevida semelhante comparação, no sentido de sermos equiparáveis ...
Mas, podemos sempre procurar aprender com quem “vai à frente” e já tem experiência, neste caso com a problemática do estacionamento pago.
Na passada semana abordei com algum detalhe o Regulamento do estacionamento em Espinho publicado a propósito dos parcómetros a serem colocados próximamente. Nem de propósito, descobri recentemente na net uma notícia do diário JN datada de 14/11/2007 , que se refere a algumas questões passadas na Figueira da Foz.
Faço de seguida um quase integral extracto do artigo da jornalista Carina Fonseca publicado nessa data, com o título

Excesso de parcómetros irrita utentes:
Excesso de parcómetros, aumento “de preços e falta de alternativas para estacionar. São estas as queixas dos munícipes que o JN abordou, em parques de estacionamento pago, nas ruas da Figueira da Foz.
"Há parcómetros a mais e não foram criadas alternativas. Também aumentaram o preço, pagava 60 cêntimos por duas horas e agora pago um euro", lamenta um condutor. Este ano, o número de lugares de estacionamento a pagar aumentou: de 950 passou para 1132. O preço também subiu de 30 para 50 cêntimos/hora.
Ali perto, Alcides Ramos acaba de estacionar. Vive em Montemor-o-Velho, mas visita muito a Figueira e tem uma visão mais positiva dos parques pagos. "São maus para quem precisa de ter o carro estacionado o dia todo, mas ajudam quem estaciona pontualmente, porque tem lugar garantido em sítios estratégicos", afirma, sereno.

Residentes não pagam
Lídio Lopes, vereador da Câmara da Figueira da Foz e responsável da Figueira Parques - Empresa Municipal, garante que há alternativas aos parcómetros. "A cidade tem uma rede de estacionamento pago e de estacionamento gratuito", diz, dando como exemplo o parque da Avenida de Espanha, que "comporta 600 lugares gratuitos". E frisa a existência de cartões mensais que permitem estacionar, em locais pagos, quer a moradores, quer a trabalhadores das áreas abrangidas por parcómetros.
Para os residentes na Figueira da Foz, o cartão é gratuito, bastando apresentar um atestado de residência. Os moradores foram, aliás, "a principal e prioritária preocupação", ao nível do estacionamento, explicou Lídio Lopes, "Antes só podiam estacionar na sua própria rua, se houvesse lugar disponível e em determinados períodos do dia. Em quaisquer outras ruas e fora do período gratuito, tinham de pagar o estacionamento. Agora, com a Figueira Parques, ficaram isentos durante todo o dia e em toda a área de influência da sua habitação". Já os trabalhadores podem adquirir os cartões por valores entre os 20 e os 60 euros.

Fuga de clientes
As queixas face aos parcómetros em demasia chegam ao restaurante-café Cais. "As pessoas dizem-me 'Não vou aí porque pago 25 cêntimos para estacionar, mais o preço do café. Para isso, vou a outro onde pago só 50 cêntimos'", conta o proprietário, Mário Espadilha. E atira: "Na Baixa, não há onde estacionar sem pagar! É uma pouca vergonha. Todo o comércio está a morrer". A mulher, Fátima, tem a mesma opinião: "O exagero de parcómetros e o aumento dos preços afectaram imenso o comércio aqui. As pessoas vão para os hipermercados porque não estão dispostas a pagar para ir às compras".
Outro problema é a falta de moedas. "As pessoas andam aqui, de loja em loja, à procura de trocos para os parques. Passo a vida a dar trocos e, quando não tenho, ainda ficam chateadas comigo!". Um lamento partilhado por uma lojista da Rua 5 de Outubro, que pede o anonimato "Massacram--nos com os trocos. É mais o dinheiro que troco do que aquele que entra na caixa". Garante que o negócio perde com a existência de parcómetros. "Protegem mais os grandes do que os pequenos. Mas, se fechamos, as cidades tornam-se cidades fantasma".
Lídio Lopes rebate estas críticas "A inexistência de lugares disponíveis para estacionar era uma razão apontada antes da instalação dos parcómetros, que é anterior a 1996, no que à área da zona comercial diz respeito ".
O aumento, em 66%, do preço do estacionamento (de 30 para 50 cêntimos/hora) gerou críticas dos utentes. De acordo com Lídio Lopes, da Figueira Parques - Empresa Municipal, a taxa "não era alterada há 11 anos e não o foi para os cartões mensais [que permitem estacionar nos parques pagos]", explica. A média de ocupação diária, nas áreas de influência dos parcómetros, é de 690 viaturas, desde o início do ano.

Notas a reter deste artigo, comparando com o nosso Regulamento:
- em 1º lugar o preço 0,50 Euros /hora contra os nossos 0,80 Euros/hora
- só aumentaram o preço/hora passados 11 anos (de 0,30 para 0,50), quando em Espinho se pretende fazer uma revisão anual em função da inflação, o que me parece de todo impraticável nos trocos ( por exemplo, uma inflação de 2,5% daria 0,82)
- a flexibilidade dada aos residentes para estacionarem numa zona alargada, e sem pagamento de cartão anual
- a existência de cartões de estacionamento para os trabalhadores locais
- a existência de um parque gratuito com 600 lugares
- a exploração dos parcómetros por empresa municipal
- as consequências para o comércio, boas e más, mas se a solução a implementar não fôr equilibrada, podem ser “apenas” desastrosas
- a ocupação média diária verificada na realidade pelo responsável da empresa municipal Figueira Parques 690 viaturas nos 1132 lugares, permite obter uma taxa de ocupação de 61%, bem acima da hipotética taxa de 33% de que falei no passado artigo, e que permitia recuperar em cerca de 3 anos o investimento do parque subterrâneo de 200 lugares no Multimeios, obtendo-se assim uns 47 anos de lucro, nos 50 anos de exploração.

Claro que a taxa de ocupação dependerá sempre de vários factores como o preço/hora, a extensão da área abrangida, e a capacidade de atracção da cidade! E este último factor, é o de mais difícil solução..."
Dr. José Serrano, em http://www.jornaldeespinho.blogspot.com , de 4 de Janeiro de 2009

Em conclusão:
Será que vale a pena hoje viver em Espinho?
- Roubaram-nos os serviços de Saúde;
- Realizaram uma requalificação urbanística, onde os carros dos bombeiros não conseguem manobrar com rapidez;
- etc.
e agora ainda vamos ter de pagar para estacionar!Ainda por cima com uma tarifa superior a todas, ou quase todas, as cidades Portuguesas.

Infelizmente prevejo que vamos ter uma cidade ainda mais envelhecida e deserta, com os comerciantes a fecharem as lojas por falta de clientes.


Se a Rainha da Costa Verde ainda existe, o fim está próximo!

ESPINHENSES, NÃO VAMOS FAZER NADA??

Como? Onde? Qual é a melhor forma?